Ano 20

Ana Maria Nascimento e Silva

*12 de abril de 1957 - Rio de Janeiro - RJ

Cena de Brasa Adormecida, 1987, Djalma Limongi Batista
Cena de Brasa Adormecida, 1987, Djalma Limongi Batista
Muitas atrizes do cinema brasileiro foram para o outro lado câmera e viraram diretoras. Já outras, mesmo sem abandonar a carreira frente às telas, se aventuraram na produção. Nesse último caso está Ana Maria Nascimento e Silva.  

Nascida no Rio de Janeiro, em 12 de abril de 1957, Ana Maria Nascimento e Silva é filha do ex-presidente da distribuidora Fox no Brasil, o grego Charilaos Anastasiadi. Com passagem pelo Tablado de Maria Clara Machado e algumas peças infantis no currículo, Ana Maria estreia em novelas e no cinema nos anos 70. Sua primeira novela é Nina, do grande autor Walter George Durst, em 1977.

A essa novela se segue mais uma dúzia de trabalhos na telinha, entre novelas e minisséries, com atuações mais constantes nas décadas de 80 e 90 - O salvador da Pátria (1989) é uma dessa produções. Nos anos 90, comanda também um programa de entrevistas chamado Delles.  

Ana Maria Nascimento e Silva estreia no cinema marcando presença constante nos anos 70. Atua em Marcados para viver (1976), de Maria do Rosário Nascimento e Silva; Paraíso no inferno(1977), de Joel Barcellos; no clássico Ladrões de cinema (1977), de Fernando Cony Campos; A força de xangô (1977), de Iberê Cavalcanti; Os trombadinhas (1979), de Anselmo Duarte.  

No final dos anos 70 e início da década de 80, Ana Maria atua em filmes de cineastas da Boca do Lixo e marca presença em um grande sucesso: Bem-dotado – o homem de itu, de José Miziara, como Volga, uma das tantas mulheres que querem seduzir o bem-dotado caipira Lírio, interpretado por Nuno Leal Maia. Os outros filmes do gênero em que atua são com Roberto Mauro em Desejo violento (1978), Sérgio Toledo em A força do sexo (1978), e Antonio Calmon em  A mulher sensual (1981).  

A década de 80 marca seu encontro com um homem que vai mudar a sua vida: o cineasta Paulo César Saraceni. O grande cineasta, um dos criadores do Cinema Novo, apaixona-se por Ana Maria, casa-se com ela, escreve um filme para ela ser a protagonista, e mais tarde ela se torna produtora de seus filmes.  

O filme de Saraceni que a atriz protagoniza é Ao sul do meu corpo, uma adaptação de um conto de Paulo Emílio Salles Gomes. No filme, a atriz é Helena, uma mulher dividida entre o marido, Paulo César Peréio, e uma paixão, Nuno Leal Maia.  

A partir desse trabalho, Ana Maria Nascimento e Silva passa a ter uma presença fundamental na obra de Saraceni, atuando em Natal da portela, em 1988, e, sobretudo, inaugurando uma nova frente em sua carreira: a produção.  

Adaptado da obra de Lúcio Cardoso, O viajante é o belo e esperado último filme da trilogia que o cineasta rodou sobre o genial escritor. Como nos anteriores, Porto da caixas e A casa assassinada, protagonizados, respectivamente, por Irma Alvarez e Norma Bengell, O viajantetem como protagonista outra grande atriz: Marília Pêra.  

Ana Maria Nascimento e Silva é a produtora do ótimo filme, um dos sonhos de vida de Saraceni, realizado em 1999.  Em 2003, ela volta a assinar mais uma produção do marido, dessa vez o documentário Banda de ipanema – folia de albino, em 2003.  

Como atriz de cinema atua em filme de outros diretores: os belos Brasa adormecida (1987) eBocage – o triunfo do amor (1998), ambos de Djalma Limongi Batista; o juvenil  Sonho de verão (1990), de Paulo Sérgio Almeida, a adaptação de Guimarães Rosa em A terceira margem do rio (1994), de Nelson Pereira dos Santos; e a co-produção Brasil/Portugal Eternidade(1995), de Quirino Simões.

Em 2011, Ana Maria Nascimento produz e atua como protagonista em mais um belo filme de Saraceni, O gerente, o último do cineasta, que veio a falecer em 14 de abril de 2012,

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