Ano 20

Adélia Sampaio

*1944 - Belo Horizonte

Filmagens do curta Denúncia vazia
Filmagens do curta Denúncia vazia
Adélia Sampaio nasceu em Belo Horizonte em 1944, mas mudou-se para Rio de Janeiro com 12 anos.

Adélia Sampaio é uma das poucas mulheres que chegaram à direção de longas de ficção nos anos 1980, ou seja, antes do Cinema da Retomada – período a partir dos anos 90, em que houve um “boom” de mulheres cineastas.

O começo da carreira cinematográfica foi na Difilm, em 1967, distribuidora de nomes ligados ao Cinema Novo, como Luiz Carlos Barreto e Joaquim Pedro de Andrade. Adélia Sampaio era a telefonista da Difilm, e, paralelamente, organizava sessões em 16mm para cineclubistas. Na época, inclusive, foi vítima da ditadura militar – seu marido, jornalista, foi preso político, e ela mesmo chegou a ser presa e a apanhar dos agressores.

Adélia Sampaio foi levada para a Difilm pela irmã, Eliana Cobett, à época casada com cineasta William Cobett. Quando saíram da Difilm, as duas fizeram parceria na produção e produziram filmes do cineasta – O monstro de santa teresa (1975); e O grande palhaço (1980). Nessas produções, Adélia atuou em várias frentes, foi produtora, produtora executiva, continuísta, maquiadora.

Ainda nos anos 1970, Adélia Sampaio trabalha na produção de três filmes importantes. O primeiro foi O segredo da rosa, dirigido por Vanja Orico, em 1974 – neste filme fez a produção executiva e foi uma dos roteiristas. Já em 1977, produziu o último filme de Luiz de Barros, o lendário Lulu de Barros: Ele, ela, quem?. E por fim, produziu com Geraldo Santos Pereira, o filme O seminarista, em 1977, dirigido por ele.

Na década de 1980, Adélia Sampaio dá salto em sua carreira. Depois de produzir o importante Parceiros da aventura (1980), de José Medeiros, e Um menino... uma mulher (1980), de Roberto Mauro, e dirigir vários curtas, ela parte para a direção de longas. 

Os curtas dirigidos por Adélia Sampaio nos anos 1970 e 1980 são Denúncia vazia, Agora um deus dança em mim, Adulto não brinca, e Na poeira das ruas

Em 1984, Adélia Sampaio dirige Amor maldito, filme com temática homossexual feminina baseado em história real. Aliás, Adélia Sampaio é a primeira cineasta a dirigir um longa no cinema brasileiro e nome pioneiro na direção de longas dirigidos por mulheres focados no tema. Amor maldito tem como protagonistas as atrizes Monique Lafond e Wilma Dias – esta última, precocemente falecida em 1991.

Em 1987, Adélia Sampaio dirige o documentário Fugindo do passado: um drink para tetéia e história banal, sobre memórias da ditadura. Em 2004, co-dirige, com Paulo Markum, para a televisão, AI-5 – o dia que não existiu.

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