Ano 20

Everaldo Pontes (Maria Gladys)

Olha, em se tratando de cinema, eu acho que é o campo da arte que mais dá visibilidade às mulheres, as mulheres do cinema de uma maneira geral dão beleza ao cinema, dão dignidade. São as mulheres que, realmente, nos fazem ir ao cinema, desde Hollywood até o cinema mais caseiro possível. Então mesmo Gisele Bundchen naquele filme horrível chamado “Táxi”, a beleza dela imprimiu um certo prazer àquela confusão toda ali. Mas não quero falar desse tipo de cinema e nem desse tipo de mulher.

Quero falar de duas mulheres que eu acho importantíssimas no cinema brasileiro. Uma chama-se Helena Ignez, e a outra chama-se Maria Gladys. 

Helena Ignez foi a musa do Cinema Marginal, Helena Ignez foi a Mulher de Todos, foi a minha mulher, a sua mulher, foi o cinema brasileiro. Helena Ignez é a pessoa que pensa, que personifica o cinema brasileiro, é a mulher que faz os cortes, as elipses. Helena Ignez é a grua do cinema brasileiro. Helena Ignez que botou no mundo Glauber Rocha, Rogério Sganzerla. Foi por causa de Helena Ignez que Julio Bressane fez os filmes dele, que Rogério Sganzerla fez os filmes dele, as obras-primas dele. Foi por causa de Helena Ignez que Glauber Rocha fez os filmes dele. Helena Ignez é o cinema brasileiro.

E Maria Gladys! Gente, que é o exemplo da atriz, da atriz que não precisa diretor nenhum pra se fazer presente. Maria Gladys não precisa ter texto. Aonde Maria Gladys está ela é a protagonista, seja em novela, seja fazendo uma ponta em um filme ela transforma aquilo tudo em protagonismo. 

Viva Maria Gladys!

Viva Helena Ignez!

Everaldo Pontes é ator.

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 Sala Dina Sfat
Atriz intensa nas telas e de personalidade forte, com falas polêmicas.