Ano 20

Ricardo Miranda (Helena Ignez)

Meu nome é Ricardo Miranda, sou cineasta e diretor do filme Paixão e virtude (2014)
 
A mulher que eu vou falar é uma atriz que já trabalha comigo e que trabalhou no primeiro filme da trilogia, que é o Djalioh (2011), e trabalhou agora no Paixão e virtude. É  uma atriz absolutamente maravilhosa:  Helena Ignez. 

Ela é classificada como musa do cinema brasileiro, mas é uma atriz, um ser, um animal cinematográfico de ocupar o espaço, de pegar a representação do texto e trazer totalmente pra ela, e mexer e remexer internamente nessa representação.

Por exemplo, no filme eu fiz uma marcação. A gente estava em uma praia que tem uma grande pedra e eu coloquei ela no topo dessa pedra. Para ela descer a pedra, ela usa o texto como apoio à própria dificuldade de descer por ela. O pisar, o andar, o caminhar por essa pedra era difícil pra qualquer pessoa , e Helena desce  quase que bailando, porque o texto ajuda ela a descer, o texto vem com o próprio movimento do corpo, é a presença total do corpo, é saber usar o corpo. É o que o ator tem que ter em mente, saber usar o espaço, e Helena é primorosa nisso. É só você ver desde o inicio, desde o primeiro filme, desde o Pátio. O uso do corpo, a consciência e o conceito por tras está embutido nisso.

Helena realmente é uma atriz maravilhosa. 


Ricardo Miranda é cineasta e montador.

Depoimento colhido em janeiro de 2014, durante 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

 

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 Sala Dina Sfat
Atriz intensa nas telas e de personalidade forte, com falas polêmicas.