Orgasmo louco, 1987, Alfredo Sternheim
Reencontro com o passado
Orgasmo Louco é título da fase final dos filmes explícitos de Alfredo Sternheim, e também de sua carreira até agora, já que, infelizmente, a partir de 1988, não dirigiu mais. Aqui, a trama tem como protagonista um homem, o ator Ronaldo Amaral, diferente de outros filmes em que muitas vezes coube a mulher ser o centro da cena. Ronaldo Amaral é João, que começa a história saindo da prisão e sendo recebido com afeto pelo irmão. Daí ficamos sabendo aos poucos que o motivo de ter sido trancafiado está ligado ao assassinato da esposa, interpretada por Ludmila Batalov. Aconselhado pelo irmão a esquecer os fantasmas do passado, os dois saem à noite e vão para uma boate, onde João fica fascinado pela stripper – interpretada pela musa Sandra Midori. Os dois iniciam um romance, ainda que João faça de tudo para afastá-la de sua cama, pois não consegue levar o sexo até o final. Contrariando o irmão, João leva a nova pretendente para a casa de praia onde viveu com a esposa. Lá, conta a história de sua vida para ela, e, mais uma vez, se vê de cara com a possibilidade de repetir seu destino.
Em Orgasmo Louco, Alfredo Sternheim aproveita a conduta sexual irrefreável da vítima para desfilar mais cenas de sexo explícito, sacrificando mais o roteiro. O filme mantém o interesse, mas não está no mesmo patamar de outros como Sexo Doido (1986) e Corpos Quentes (1987). Em depoimento para o "Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa Metragem", de Antonio Leão da Silva Neto, Sternheim assinalou o clima noir do filme e ressaltou o trabalho de Sandra Midori: “Mais levado para o filme noir, gosto do resultado e da atuação de Sandra Midori, talvez a melhor que ela fez em meus filmes”. No entanto, é importante também ressaltar a ótima atuação de Ludmila Batalov, que iria brilhar no filme seguinte do cineasta, Corpos Quentes ((1987).
sábado, 23 de abril de 2011
longas brasileiros em 2011 (015)
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