Ano 20

Suzana Amaral

*1932 - São Paulo - SP

Ilustração - publicação
Ilustração - publicação "A História do Cinema Brasileiro" - Fernão Ramos
Já virou folclore o fato de alguns terem dito que Suzana Amaral, à época do estouro que foi o lançamento do filme A hora da estrela, em 1985,  era uma dona de casa de 53 anos que  tinha virado cineasta e estava surpreendendo a todos com sua estreia espetacular. Na verdade, o que esse “boato”  revelou foi  uma grande ignorância sobre a diretora, já na ativa desde o início da década de 1970 e tendo realizado curtas-metragens importantes.  

Suzana Amaral nasceu em São Paulo em 1932. Com formação em cinema pela Escola de Comunicação Social e Artes da USP, cursado entre 1968 e 1971. Sua estreia como diretora se deu em 1971 com o curta Sua majestade piolim sobre o famoso palhaço e suas ligações com o teatro popular; e com Semana de 22, um panorama da Semana de Arte Moderna.  

Suzana Amaral percorre a década de 70 realizando vários trabalhos: curtas como Os mortos viram terra (1971); produções para a TV Cultura como Érico Veríssimo (1975), Minha vida nossa luta (1979) e Crescer para ser quem? (1979); trabalhos institucionais e comerciais, além de produções em Nova York, durante seu curso de mestrado nos Estados Unidos – A pair of shoes (1976), Circularity (1977), e Views of my father weeping (1978).  

Em 1985, Suzana Amaral estreia em longas de forma arrasadora na bela adaptação cinematográfica do livro homônimo de Clarice Lispector, A hora da estrela. O filme foi consagrado pela crítica e premiado no Festival de Brasília, revelou o talento da atriz Marcélia Cartaxo para o mundo e conquistou o Leão de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim. Suzana Amaral conseguiu de Marcélia Cartaxo uma composição inesquecível para a Macabéa, a heroína miserável e comovente de Lispector.  

A hora da estrela, que conta também com atuações marcantes de José Dumont, Fernanda Montenegro e Tâmara Taxman, fez sucesso em vários festivais internacionais, levando a diretora a acompanhar exibições do filme em cerca de 25 países.  

Em 2001, Suzana Amaral volta à direção com outra adaptação literária, e, novamente, de outra história quase minimalista, Uma vida em segredo, de Autran Dourado. Também mais uma vez a cineasta revela outra ótima atriz, Sabrina Greve como a interiorana Biela.  

Uma vida em segredo recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Brasília e quatro prêmios no Cine Ceará: Melhor Filme, Melhor, Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte.

Em 2009, Suzana Amaral dirige Hotel Atlântico, belíssimo filme protagonizado por Julio Andrade.

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 Ana Carolina
Cineasta de assinatura personalíssima e de filmografia inquietante.