Ano 20

Alcione Mazzeo em "Os Tubarões de Copacabana"

Alcione Mazzeo e Raul Gazolla / Divulgação
É batata! Pergunte para algum ator que está longe ou mesmo que nunca fez cinema e a resposta, invariavelmente, é: “cinema é coisa de patota”. Ou “Não faço parte da turma do cinema”.

Verdade ou não, é de se lamentar mesmo o fato de tantos atores talentosíssimos serem pouco requisitados pelo cinema. Selton Melo é uma das exceções, pois como diretor sempre escala nomes que andam “sumidos” das telas. Foi assim com Darlene Glória e Paulo Guarnieri em Feliz Natal (2008), e com Moacyr Franco e Ferrugem em O palhaço (2011).

Por isso a felicidade em ver o curta Lembranças de Mayo, dirigido por de Flavio C. Von Sperling (o Flamingo), da produtora El Reno, com Nicole Puzzi e o saudoso Cláudio Cunha. E ainda sabe-lo premiado nessa semana como Melhor Filme no VIII Janela Internacional de Cinema do Recife.

Outra boa notícia da semana é a volta da musa Alcione Mazzeo às telas do cinema no longa Os tubarões de Copacabana, dirigido por Rosario Boyer - outro fato a comemorar é mais uma mulher na direção de longas.

Quem ama o cinema brasileiro, sobretudo o popular, jamais se esquece de Alcione, uma das musas da década de 1970.

A atriz começou fazendo uma pequena participação em Amante muito louca (1972), de Denoy Oliveira, e despontou nas telas mesmo – já era sucesso na TV nos programas humorísticos Chico City e Satiricon – foi em Cada um dá o que tem (1974). Sua participação no episódio dirigido por Adriano Stuart, O despejo, é mesmo inesquecível.

Depois atuou em vários, Tangarella, a tanga de cristal, de Lula Campello Torres, O exorcismo negro, de José Mojica Marins, Já não se faz amor como antigamente, episódio Flor de lys, de Adriano Stuart, e O incrível monstro trapalhão, também de Adriano Stuart – isso para ficarmos nos anos 70.

Quem quiser conhecer melhor sua trajetória, veja a entrevista que a atriz concedeu aqui ao Mulheres do Cinema Brasileiro em 2013 – basta clicar no link Entrevistas/Depoimentos -Elas por Elas.

Agora, Alcione Mazzeo, que depois de longos anos longe das telas retornou em As aventuras de Agamenon, o repórter (2012), de Victor Lopes, reforça sua volta em Os tubarões de Copacabana – e ainda falta lançar o remake de Ódio (2012), de Luiz Rangel.

Em Os tubarões de Copacabana, a atriz é colega de cena de Raul Gazolla (o protagonista), Rayane Morais, Marcos Veras, Ricardo Macchi e Guil Silveira. A trama, segundo sinopse divulgada, “conta a história ficcional de um grupo de surfistas veteranos que se reúne depois de 20 anos de afastamento, no velório de um integrante da turma. Nando (Raul Gazolla) o líder do grupo reencontra sua ex namorada (Alcione Mazzeo) e se apaixona loucamente pela filha dela, Nicole (Rayanne Morais) dando início a uma série de conflitos que desencadeiam a tragédia.”

Na entrevista para o Mulheres em 2013, Alcione comentou “Maravilhoso ser lembrada novamente para atuar no cinema, mesmo sendo em pequenas participações. Depois do Agamenon e do Tubarões, fiz Ódio, com o Edwin Luisi, Luiz Quirino, Luciano Szafir, dentre outros.” 

Agora, para essa matéria, o Mulheres do Cinema Brasileiro voltou a procurar Alcione Mazzeo para que ela falasse sobre sua volta ao cinema com o filme estreando e como  foi participar dele.

Alcione respondeu por email: “Estava 4 anos sem filmar (o último tinha sido um curta adaptado do conto do Fernando Sabino) e em 2011 retornei aos sets para: OS TUBARÕES, AGAMENON e o curta TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA. O ÓDIO foi filmado no ano seguinte, 2012.

Quando filmei OS TUBARÕES não estava num bom momento porque estava prestes a operar o joelho e tinha muitas dores, mas não podia deixar de aceitar o convite da Rosario Boyer pelo entusiasmo e espírito empreendedor dela e pela importância que o filme tinha em sua vida.

Claro que gostei muito do roteiro, mas é fundamental ajudarmos as pessoas a concretizarem seus sonhos. Foi gostoso trabalhar com Gazolla, Macchi e Rayanne, além de todos os outros.”

O Mulheres do Cinema Brasileiro não assistiu ao filme para conferir suas qualidades – ele recebeu prêmios em festivais -, mas não poderíamos deixar de registrar nessa matéria a volta às telas de Alcione Mazzeo.

Tomara que diretores e produtores tragam de volta tantas outras musas dos anos 1970 e 80, como Helena Ramos, Neide Ribeiro, Patrícia Scalvi, e tantas tantas tantas outras.

Os tubarões de Copacabana estreia no dia 18 de novembro, no Cinema Odeon, na Cinelândia, Praça Floriano 7, no Rio de janeiro, às 20h.



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Sala 
 Betty Faria
Com amor profundo pelo cinema, premiada em vários festivais no Brasil e no exterior