Ano 21

21 anos, a maioridade

21 anos, a maioridade

 

Ontem, 12 de maio, o meu site Mulheres do Cinema Brasileiro completou 21 anos no ar. Parece que aquele maio de 2004 foi hoje mesmo. Mas não foi. Para ir ao ar, foram anos de pesquisa – começou em 1991-, passou pelos formatos de fotolegenda em jornal impresso e também por Fotolog, uma ferramenta maravilhosa e já jurássica dos primeiros anos de internet.


Como está explicado lá no menu Quem Somos, a gênese simbólica desse trabalho de formato histórico, em que mapeio a presença das mulheres no cinema brasileiro desde a fase silenciosa até a atual, foi um trailer. Mais especificamente, do filme Eros, o Deus do Amor, de 1981, dirigido pelo mestre Walter Hugo Khouri, que assisti em um cinema de rua de Belo Horizonte, o Cine Palladium. No trailer, desfila uma série de mulheres em fotografia e ambiência impactantes que me marcou muito, e, sobretudo, por não conhecer boa parte daquelas atrizes, só mesmo as que faziam mais novelas na época.


Uma década depois, em 1991, a pesquisa começou a sistematizar. Tive uma coluna de cinema até 1993, no extinto jornal Folha Popular, em que homenageei 28 atrizes no formato fotolegenda. Já no Fotolog, de 31 de julho de 2003 até 17 de março de 2004, foram 164 atrizes.


No dia 12 de maio de 2004, finalmente, a pesquisa, que é contínua, ou seja, já há 34 anos hoje, foi reunida no site, e aí já mapeando as demais categorias além de atrizes, como cineastas, roteiristas, produtoras, fotógrafas, técnicas de som, diretoras de arte, cenógrafas, figurinistas e etc.


Em janeiro de 2005, tive a honra e a alegria de ter o site Mulheres do Cinema Brasileiro premiado pelo saudoso cineasta de Olhos Livres, Carlos Reichenbach, com o Prêmio Especial Quepe do Comodoro, voltado para a emergente e efervescente produção de fortuna crítica na internet, em cerimônia concorrida realizada em São Paulo, no Cine Sesc. Já em 2013, foi a vez de ser contemplado com o extinto prêmio Filme em Minas, mecanismo importante de fomento em Minas Gerais. Além disso, o site figura como referência em dicionários, biografias e trabalhos acadêmicos.


O Site foi construído como se fosse um complexo de cinema em que cada sala, que tem nome de uma mulher de cinema, oferece um tipo de conteúdo, como perfis introdutórios, entrevistas de fôlego, homenagens de homes do cinema para as mulheres, críticas curtas, artigos, ensaios, coberturas, datas celebrativas, destaques para prêmios e homenagens, referências bibliográficas, entre outros. Já são mais de mil mulheres mapeadas.


Agora, disponibilizo mais quatro novas salas: Sala Sônia Braga, destacando as homenagens de coração que as diversas mulheres fizeram para outras em suas entrevistas; Sala Lucélia Santos, destacando personagens icônicos da nossa filmografia; Sala Neusa Borges, com o conteúdo de Artigos; e Sala Helena Ignez, com Conteúdos Acadêmicos.


Somam-se à elas as salas de conteúdo: Isabel Ribeiro – Atrizes; Ana Carolina – Cineastas; Carmen Santos – Técnicas; Dina Sfat – Entrevistas; Lilían Lemmertz – Homenagens dos homes; Léa Garcia – Críticas; Ruth de Souza - Ensaios; Betty Faria – Coberturas; Sandra Bréa – Datas; Marília Pêra – Prêmios; Zezé Motta – Quem Somos; Darlene Glória – Prêmios/Homenagens; Glauce Rocha – Referências Bibliográficas; Anecy Rocha – Clipping; Joana Fomm – Sobre o Autor; Adriana Prieto – Ficha Técnica; Helena Ramos – Mapa do Site; Eliane Macedo – Patrocínio/Apoio; Zezé Macedo – Contato.


Nesses 21 anos foram muitas histórias. Como, por exemplo, a honra de ter entrevistado mulheres fenomenais, como Ruth de Souza, Léa Garcia, Zezé Motta, Eliane Lage, Vanja Orico, Dóris Monteiro, Elke Maravilha, Ana Carolina, e muitas muitas outras.  Ter feito cobertura de muitos festivais, e ter escrito críticas curtas de filmes de todas as épocas.


Ainda tem muito material inédito para ser publicado. Meu trabalho é de formiguinha, não recebo um centavo por ele, e faço nas minhas horas vagas do emprego formal – ou seja, às noites e finais de semana.


De toda forma, acredito que o site Mulheres do Cinema Brasileiro, no seu tamanho, já prestou um trabalho significativo ao país, somando-se a tantos outros que amam o cinema brasileiro e suas gentes, e lutam pela preservação da nossa memória.


Agora que o site chegou à maioridade, que venham muitos anos mais.

Parabéns para nós!

 

Adilson Marcelino – criador, pesquisador, redator, editor, repórter.


Contando sempre com a ajuda inestimável do meu amado sobrinho Guilherme na transcrição das entrevistas.


Aos que me ajudaram até aqui,  muito obrigado. 


E, claro, a todas as mulheres do cinema brasileiro. 


 Foto: recebendo o  Prêmio Especial Quepe do Comodoro, de Carlos  Reichenbach.

Crédito: Vébis Júnior 

 

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Sala 
 Betty Faria
Com amor profundo pelo cinema, premiada em vários festivais no Brasil e no exterior